quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

I "Sempre Uma Prosa", com Juraci Siqueira


Como é do conhecimento de todos, realizamos quase todos os finais de semana o Sarau do Prosas da Amazônia.

O da próxima sexta-feira, dia 29 de janeiro, será um Sarau especial. Contará com a presença do paraensíssimo poeta Antônio Juraci Siqueira, um dos maiores nomes de nossa literatura. Juraci estará conosco para bater um papo sobre literatura e poesia e, é claro, declamar algumas se duas obras. O sarau contará ainda com jovens artistas da nossa terra. Até lá.

O sarau ocorrerá às 18:30, na Casa do Pepê, o telúrico. Para maiores informações, favor mandar um email para: david_carneiro@hotmail.com ou ligar para:88999556

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Janeiro

Espero a tua face
Numa asa, numa música
Alcançar-me, nas horas
Ou quem sabe na tarde
Ou quem sabe não afogue
Dois abris nos meus olhos
Ou uma flor num acorde.

Espero a tua deixa,
Por lençóis, pelas camas
Por janeiros suspensos
Por armários calados
Entornados de lua
As sombras não dormem
Mas sonham teu nome.

Espero o teu vestido
Vir roçar-me o horizonte
Metálico e sereno
Num selo sem silêncio
Num chifre de estrela
Num trapiche manchado
Numa tarde com lua.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Olhar de Safo

Esquece e me guarda na flor da pupila
Carnuda e escarlate --- de lua encerrada
A pele, devoras,voraz e desnuda
Devora e me morde,
Não fique acanhada.

Enjaula-me nu no afagar de teus olhos
Da íris formosa co’ uma Eros marcada
Não deixa que nada te escape fogosa
Teus olhos me guardam
Não fique acanhada.

Olhar por detrás, sobrepostos instantes
Olhar por adentro, a libido velada
Suspende-se o véu delicado e movente
Dos olhos da onça
Não fique acanhada.

Devolvo este olhar, teus olhos me queimam
Facínora louca,com a pata melada
Teus olhos me prendem,não dizem teu nome
Olhar de felina
Não fique acanhada.

O tempo não passa , ponteiros devassos
Molhado relógio,mulher revelada
Teus olhos suados me esquecem, me somem
No fogo das horas
Não fique acanhada.

Esquece e me guarda na flor da pupila
Carnuda e escarlate --- de lua encerrada
A pele, devoras,voraz e desnuda
Devora e me morde,
Não fique acanhada.