quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Acorde!



O melhor detalhe é o que não se nota
Nota tarde ou o quanto antes
Pois de notas faz-se acorde
Então acorde e tome nota
Do relevante que ninguém nota
Muito menos conta
Por buscarem sem cota lá fora
Sempre a maior nota

Lá, se a nota é baixa, não se paga a conta
Mas aqui dentro, nesse peito, do lado esquerdo
Há uma bomba com defeito
Que descarta a nota exigda lá fora
E nem cobra a conta
Apenas chora
E tenta, de nota em nota
Construir o acorde que só ouve quem acorda

Dificil é ouvir, pois acordar e tomar nota de cada nota
A cada dia, a cada hora
A cada apelo de um coração que chora
Como o meu

Fácil é ver que dificil é compreender o meu cantar
Posto que esse cantar
Que também é contar
Segue o tom do meu acorde

4 comentários:

  1. Muito bem escrito o poema.
    Uma leve musicalidade com as aliterações "nota", "conta","hora","chora", "cada" etc, uma pitada de obscuridade explorando os vários congnatos e falsos cognatos como a palavra conta e nota e principalmente a mensagem da poesia como um todo que o melhor detalhe é o que não se nota, ou seja que não se precisa de muito para pagar a conta da vida, mas apenas dar valor aquilo que chora ou que vem de dentro.
    parabens
    abraços

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  2. Só pra corrigir um erro.
    Não são cognatos ou falso cognatos, mas palavras homógrafas.

    abraços

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  3. Minha diversão é ler os textos do Prosas e tentar advinhar quem escreveu. O Acorde eu tive certeza que era seu antes da terceira linha! Muito bonito!! Parabéns!

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