sábado, 19 de março de 2011

Desnublar

Eu tenho passado dias sem um sol no céu

Dias em que as nuvens escondem a beleza celestial

Dias em que o negro do firmamento

Não me permite avaliar a beleza do acima

São dias úmidos e difíceis para a natureza

Dia em que tudo chora

Em que tudo lacrimeja


Eu tenho caminhado por ruas vazias e claras

Em que rostos estranhos e frios tem me chamado a atenção

Eu tenho andado por onde ninguém mais anda

Só as almas perdidas como antes a minha era

Pensam em dar passos largos e velozes

Em direção a um destino desconhecido

Indo de encontro com um objetivo até agora misterioso


Nada disso me importa

Nada disso me aflige nos dias que vivo


Vejo que nada entristeceu

Nenhum céu enegrece a toa

Nenhuma nuvem derrama lágrimas pelo simples ato

Nenhuma física explica o que se passa com a natureza


Tudo, na verdade

É composto por uma física volitiva e passional

Que o céu, as nuvens e o sol

Tem de reverenciar

Uma beleza tão cotidiana

Tão castanha

Tão grandiosa

Tão peculiar


A lógica esvaiu-se do natural


Hoje, as nuvens me cercam por essas ruas

Hoje, o pranto do céu só lava o chão por onde passo

E, hoje, o Sol saiu do céu e caminha a meu lado


É, meu bem

O mundo se rendeu a tua impaciência

A vida rendeu-se aos teus olhos grandes

Para que tu,

Inexplicavelmente

Desse a luz ao meu amor.

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