domingo, 5 de junho de 2011

Falta de si (Carta de um Vivo-Morto).

Ando em torno de alguns pensamentos,
Rios de luz entrelaçados no escuro dos meus olhos.

Penso sobre o Ser do meu futuro.
E da dor deste Ser-que-serei,
quando lembro do que sou agora.

Me resta a abstinência que sinto de mim mesmo...
Dou qualquer valor por mais uma dose de mim.

Isso, queridos amigos, há muito morri.
Talvez com 19, ou 16.

Vivo nesta carne de um vivo-morto.
Assombro meu passado com o meu presente.

Me sinto mais que morto!
E o que ainda tinha por viver?
Meros devaneios felizes que nunca viverei.

Mas o que distinguiria esses sonhos felizes das lembranças de quando vivia?

Isso, meus queridos amigos, somente vossas lembranças de mim são o que me fazem ter certeza,
Certeza de que as minhas recordações existiram,
Funcionando como uma prova de vida.
Prova de Amor.






OBS: "Abstinência de si" é uma expressão de Paulo Tamer.

2 comentários:

  1. Meu amigo Ricardo, pela primeira vez pude claramente perceber você escrevendo. Talvez pela primeira vez tenha de fato sido o Ricardo a escrever. Meus parabéns! Fico feliz que estejas te encontrando e por conseguinte encontrando a tua poesia, a poesia tua.

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  2. Ricardo:

    Obrigado pela deixa na Academia.

    Se quiser colaborar, o convite está feito.

    Se tiver material novo. Mande-me.

    Ou se preferir, torne-se membro colaborador.

    Terá acesso e poderá realizar publicações.

    Grande abraço!

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