domingo, 22 de novembro de 2009

Sentado debaixo do Sol.


Quando chegou o fim da História,
ficamos saudosos da grande Vitória,
Agora tudo é saudade e alucinação na Terra
Estamos flutuando no tempo como um velho e e acabado avião de guerra,
Mas sem piloto, sem passageiro,
só uma estrutura velha,

que voa, nos cortando o céu ligeiro, deixando nossa vida sem reta.

Ficamos em um estado de anestesia total,
cristalizados por cores dissonantes do Real, vivendo pela primeira vez sem espectativa de um final.


Temos saudade agora da Idade Média, como se ela fosse ontem,

E queremos viver como um clássico teatro grego,
escondidos atrás de uma persona de Super-Homem, mas com medo...

Sem continuidade, e sem misericórdia, estamos recortados no tempo-espaço,


Flutuando como um astronauta descalço,
sem passado clarividente.

E enquanto o Futuro nos esperava,
perdemos o caminho de volta pra casa,

E quem um dia me amava,
Hoje, assim como eu, só quer sentar numa cadeira de praia,
com óculos escuros para se proteger do Sol,

Passando um Bronzeador o dia inteiro,

E eu fico lá para ver se alguém belo me seduz,
e continuo até o crepúsculo...

sem pensar em nada...
sem pensar em nada...
Não vivendo,
Não sentindo,
Não conhecendo,
Não sorrindo,

Não sofrendo,
Nem gemendo,

Pois não sinto,

Estou apenas respirando,
e menos que o destino de um pequeno animal

estou fora de qualquer contexto natural.


Descontínuo e recortado.



Não realizando nada..
Somente sentado debaixo do Sol,

Não vendo a minha vida passar.



por Ricardo Evandro Martins em 21/09/2009.

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