domingo, 19 de setembro de 2010

A nova musa




O corpo da nova musa insurgiu-se em minha palma
Despertando como rosa preguiçosa em verso lânguido
Cantavam deuses que a viam como extasiados
Era a mais nova Vênus que nascia.

No primeiro dia ela descansou. E, logo, o mundo era todo seu.
A nova musa dançava alegremente em seu vestido
Traçava arcos e espirais rodopiando
Tingindo de sal e amarelo os girassóis do campo.

O sorriso da nova musa também rodou o mundo.
Sortiu mistérios e até chorou sozinho.
Desconfio que compartilhei com a nova musa a riqueza
Daqueles que viveram a mais profunda solidão da alma

O sorriso da nova musa me atrai e me fascina
Fazendo-me aspergir de encanto e imitar a arte
De bondade e de malícia que transpira a musa
Que me ata de repulsa e de vontade

Serão meus olhos poesia ou paisagem
Para os olhos da musa que passeia impune pela vida?
Em lábios que me param o próprio tempo
Em gestos que derramam despedida.



David Carneiro 17/09/10

Um comentário:

  1. Amigos gosto muito deste espaço e por isso os coloquei em destaque no nosso Blog para que venha mais vezes visitá-los.

    Um terno abraço amazônico

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