Ah, Deus
Me orgulho dos vastos céus sem azul
Dos mares agitados e sem piedade
Das terras chacoalhantes e indignas
Me orgulham também as flores mansas e inocentes
O asfalto negro e resignado
As arvores que questão nenhuma fazem de se mexer
Assim me regozija a paixão
Sem calma nem paciência
Sem imagem nem decência
Da mesma forma o amor
Paciente e desprendido
Sem avidez nem possessão
Lento e etéreo como os ventos
Somos seres como a natureza
Violentos e pacíficos
Ingratos e agradecidos
Subjugados a dor e a alegria
Eivados por esperança e desespero.
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