um
breve ensaio
“Sem partido! Sem partido!”: eis um dos
mais noticiados (http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2013/06/sem-partido-grita-a-multidao-a-espera-dos-protestos-em-sao-paulo-4172634.html) pela
imprensa nacional urros de ordem clamados pelas multidões no segundo dia de
manifestação na cidade de São Paulo. Alguém teve a coragem de tirar do baú,
soprar a poeira, levar de baixo do braço e finalmente levantar em meio ao povo
uma pequena bandeira vermelha do velho Partido Comunista Brasileiro (PCB).
Resultado: retaliação, desqualificação. Um pequeno grupo de partidários do PSTU
também levantou sua bandeira e clamou palavras de ordem de seu partido.
Resultado: tais clamores foram humilhantemente abafados pelas vozes muito mais
poderosas da grande maioria apartidária. Casos símiles ocorreram no
Rio de Janeiro e em outras capitais. De tudo o que houve até então, esta parte
do protesto foi, de longe, a que mais chamou a minha atenção. Por quê?
Protestos, passeatas, quebra-quebra, revoltas, pessoas nas ruas: tais coisas, a
história do mundo já conhece tanto que até mesmo a história do Brasil, este
país tão “pacífico” e “despolitizado”, também já experimentou. Porém, tudo isso
(protestos, passeatas, quebra-quebra, revoltas, pessoas nas ruas) conjugado a
um concomitante apartidarismo generalizado, isto parece ser a
novidade. Não sei se estou enganado, mas, esta concomitância nunca foi vista na
história do Brasil.
“Agente
já tá cansado dessas politicagens de partidos. Estamos aqui todos juntos por
uma causa só: por esses vinte centavos a menos e ponto!”: logo após a exibição
das imagens do “Sem partido” e da pobre bandeira do PCB vaiada, foi esta a
fala, na rua de uma São Paulo ainda no mesmo segundo dia de protesto, de uma
bonita estudante de rosto pintado (esta não dava aparências de pertencer às
classes D ou E, mas, no mínimo, à C, à classe média) ante às câmeras da Rede
Globo.
Algumas
horas depois, já à noite, quando eu acompanhava pela internet os noticiários
sobre os violentos confrontos ocorridos no centro do Rio de Janeiro (em frente
à ALERJ), já começavam a pulular as primeiras notícias sobre as mais variadas e
abrangentes reivindicações que contradiziam absolutamente àquela primeira -
pretensamente mais objetiva e pragmática - declarada pela bela jovem de rosto
pintado. Estas novas reivindicações podem sintetizar-se na seguinte máxima:
“queremos muito mais do que estes simplórios vinte centavos!”. Ao ir
paulatinamente lendo que as pautas eram das mais diversas, que complexamente se
ampliavam descontroladamente para além dos “míseros” vinte centavos, imediatamente
pensei (muitos de vocês talvez tenham pensado também): “é claro que não são
meros vinte centavos que estão em jogo; é claro que o aumento desta tarifa de
transporte significou nada menos que uma perigosa cutucada em um mostro há
muito tempo adormecido e que estava prestes a acordar”.
E
acordou. Porém, sem partido. Isto porque, por outro lado, estão todos cansados
de partidos, não é verdade? Falar em partidos, em política, já causa fadiga –
ou pelo menos fadigava até esta tão revitalizadora onda* recém-chegada - à
maioria de vocês, não é(era) assim? Ninguém aguenta mais à calamidade pública
em todos os campos de direito e, ao mesmo tempo, todos parecem estar
terrivelmente desacreditados de partidos.
A
minha hipótese é a de que todos estão desacreditados de partidos porque, no
plano das ideias, todos estão igualmente desacreditados de fundamentos.
Esta mania de procurar o fundamento do agir humano – em última análise, de
perseguir obsessivamente a Verdade - já parece revestir-se de uma vetusta aura
de séculos XIX e XX (águas passadas). Sim, me desculpem os filósofos e teóricos
sociais conceitualmente rigorosos de plantão (não é errado ser conceitualmente
rigoroso – portanto, se acharem que for o caso, podem tomar-me aqui como um
petulante descuidado com os conceitos), estou falando dos cogitos, dos
imperativos categóricos, dos Contratos Sociais, das teorias liberais das auto
regulações da economia (mediante a oferta e a procura), dos materialismos
históricos dialéticos, das mais valias cientificamente iluminadas pelas luzes,
etc. Enfim, me refiro aos projetos científico-filosóficos que normatizam o que
o homem seria ou e deveria ser a partir de uma espécie de peso incontestável da
razão.
De
algum modo, os urros “Sem partido!” me soam como a culminação mais loquaz e
inequívoca de um paradoxo bastante específico do nosso tempo (a dita
pós-modernidade): o niilismo[1] sendo a própria
palavra de ordem da revolta política (“Sem partido!”)! Como isto pode ser
inteligível? Isto, por ser uma contradição em termos, embaraça o próprio
pensamento (este que se constitui de gramática e esta, por sua vez, de lógica).
Uma das semânticas mais habituais da palavra “partido” – tal semântica não é a
única (existindo outras, inclusive, que podem até mesmo contradizer esta que
trago) - é clara: alguém tem um partido, parte de algum lugar, tem uma
referência da qual está do lado, na qual, evidentemente, acredita, se investe
ideologicamente; “este é o meu partido!”; “ esta é a minha verdade!: a do meu
partido”. Ora, quem compõe um partido* na política, evidentemente que não está
satisfeito com o que vê e organiza juntamente àqueles de ideais semelhantes um
novo projeto para a sua sociedade, diferente daquele estabelecido. E na
modernidade – refiro-me aos tempos políticos que sucederam à Revolução Francesa
– passamos ainda a ter mais uma – e ainda mais pretensiosa - mania: a de
pretender fundar qualquer nova ordem social numa teoria; a saber: em uma
racionalidade metafísica.
No
entanto, é justamente a propósito desta pretensão mesma que, cada dia mais as
pessoas hoje vêm se tornando desacreditadas (mesmo que digam isto a si mesmas
desinstrumentalizadas deste vocabulário próprio à tradição filosófica). Deste
modo, estamos diante de uma, antes nunca vista com tanta clareza, curiosíssima
espécie de limbo niilista: as pautas de reivindicação se ampliaram dos vinte
centavos à generalidade das nossas profundas, históricas e estruturais (em
nosso país) mazelas políticas e econômicas, porém, ao mesmo tempo, ninguém tem
partido (em outras palavras: ninguém possui um paradigma teórico, um programa
ideológico para o Brasil).
Vou
tomar emprestada uma genial ideia de Camus (2010, [1951])[2] –
a de que “(...) a afirmação implícita em todo o ato de revolta estende-se a
algo que transcende ao individuo, na medida em que o retira de sua suposta
solidão, fornecendo-lhe uma razão para agir” (p. 28) – para lançar a vocês uma
pergunta: como revoltar-se sem tomar partido de nada, de nenhum novo projeto
para colocar no lugar? Se nós queremos modificar estruturalmente tantas coisas,
não precisaríamos saber o que propor?
Tenho
lido por aqui proposições consideravelmente perigosas – em minha opinião, até
irresponsáveis – tais como "vamos parar o país e se não resolver vamos
ter que demitir cada vereador, deputado, senador, prefeito, governador, e se
for preciso, a presidente"; ou “o Brasil vai parar. Vamos mostrar ao governo que
quem faz um país é o povo, e não os políticos. Unidos podemos fazer esse país
mudar. Ou o governo nos respeita, ou paramos de jogar”. Não vejo muita
inteligência nessas declarações. O modelo político de nossa sociedade já é
aquela segundo a qual a soberania deve ser do povo. Essas pessoas estão com uma
insatisfação transbordando muito justificadamente em seus corações e com uma
vontade de fazer algo que é muito nobre, mas, se não pararmos agora para
estudar quais são as pautas possíveis e realmente a quem devem ser destinadas
(não creio que seja somente, na porta dos governos, à política parlamentar – a
esta também, é claro), vamos agir sem saber por que. “Ou o governo nos respeita
ou paramos de jogar!”. Como é que se para de jogar? Alguém já viu as linhas de
forças, as estratégias do Poder “pararem de jogar”? Desestabilizar
generalizadamente sem parcimônia todas as instituições políticas do país nesse
caça às bruxas pode ser ruim por diversos motivos que precisaríamos de outro
texto pra analisa-los.
Posicionar-se,
sem partido (gostaria que pensassem nesta palavra – “partido” – em um sentido
mais amplo do que simplesmente PT, PSDB, PMDB, PPS, etc.; começar pela
etimologia pode ser profícuo nesse caso), simplesmente “em prol do Brasil” não
é um pouco vago?
O
século XX, como aponta Hobsbawm (2005), foi o século dos grandes projetos
políticos pretensamente fundados em modelos de racionalidade e que foram
levados à extremos nas sociedades ocidentais (industriais e não industriais):
partidos socialistas, partidos comunistas, partidos nazistas, partidos
fascistas, partidos liberais (Estado mínimo), partidos liberais do bem estar
social (Estado médio), partidos católicos, partidos socialistas-católicos, etc.
Em todos estes algo em comum: a idealização de um grande Bem, de uma grande
causa para ser militada. Mas, não militada de modo abrangente e vago, e sim
para ser militada a partir de uma profunda crença em algum referencial
explicativo sobre a realidade. Quanto às consequências que conhecemos destas
águas que parecem estar passando: grandes guerras, início de um veloz
desenvolvimento tecnológico; e, mais tarde, ditaduras, um mundo polarizado,
mais desenvolvimento tecnológico, uma “guerra fria” e uma política, após um
suposto triunfo de um dos polos, amansando-se, em linhas gerais, em regimes
liberais, ditos democráticos e de política representativa.
Mas,
a propósito, falando em “idealização de um grande Bem”, peço licença para
viajar um pouco mais alto nas ideias sobre as revoltas e lembrar algumas
observações de Freud. Este (1976 [1921]), em seu interessante trabalho Psicologia
das massas e análise do Eu, afirma que Gustav Le Bon descrevera muito
acertadamente quais seriam as principais características comportamentais que
assumem das massas de indivíduos quando reunidas (sendo tais características,
dentre algumas outras, o rebaixamento das faculdades racionais civilizadas e
também da capacidade de análise lógica da coerência das proposições, pareado ao
aumento/emergência inversamente proporcional das tendências a agir afetada e
impulsivamente seguindo o calor das sugestões de frases feitas, dos lideres e
de outros estimulantes simplórios). Porém, quanto a explicar o que,
que força seria esta capaz de manter unidas, num laço fraterno, as massas -
para além de descrever os padrões de comportamento dessas – o autor declara com
todas as letras que “Le Bom não responde a esta questão” (p. 96).
Freud
(1976 [1921]) então, pretendendo responder ele mesmo que percuciente força
seria esta que manteria as massas unidas – em “estado hipnótico” (p. 99) – tal
como grandes repentinos irmãos, afirma - tendo por base todo o seu referencial
psicanalítico em pano de fundo (dentro do qual, deve-se aqui lembrar que “o pai
é o que gostaríamos de ser” [p. 134]) - que os processos de identificação com
a figura de um líder seria a misteriosa força unificadora que Le Bom
desconhecera. O líder, figura que reunindo em si caracteres seguramente
amparadores e afirmativos, seria aquele que teria a facilidade de - assumindo a
função substituta, para cada individuo, do que outrora fora um pai - ser
altamente investido libdinalmente dos ideais do eu de tais
indivíduos[3]; lembrando-se ainda de quais Freud
ressalta serem as três principais características das identificações:
(...) primeiro, a
identificação constitui a forma original de laço emocional com um objeto;
segundo, de maneira regressiva, ela se torna sucedâneo para uma vinculação de
objeto libidinal, por assim dizer, por meio da introjeção de um objeto no ego;
e terceiro, pode surgir com qualquer nova percepção de uma qualidade comum
partilhada com alguma outra pessoa que não é objeto do instinto sexual (p.
136).
Tendo
isto em vista e, para concluir com o que eu gostaria de trazer acerca das
observações freudianas profícuas à nossa presente reflexão política, eis o há
de mais útil e interessante naquelas (finalizarei articulando-as ao nosso tempo
presente):
Ao mesmo tempo desta
devoção do ego ao objeto, a qual não pode mais ser distinguida de uma devoção
sublimada a uma ideia abstrata, as funções atribuídas ao ideal do ego deixam
inteiramente de funcionar. A critica exercida por esta instância silencia; tudo
o que o objeto faz e pede é correto e inocente. A consciência não se aplica a
nada que seja feito por amor do objeto; na cegueira do amor, a falta de piedade
é levada até o diapasão do crime. A situação total pode ser inteiramente
resumida numa fórmula: o objeto foi colocado no lugar do ideal do ego.
(p. 143, 144).
Nesta
interessante passagem, constatamos, primeiramente, a afirmação de que a devoção
que o eu teria por um objeto narcsicamente identificado “não
pode mais ser distinguida” da devoção que este mesmo eu pode
acabar tendo também por uma “ideia abstrata”. Ora, tudo que acabamos de ler
Freud declarar a propósito dos processos de devoção de um eu por
alguém de carne e osso está, também poderia ser aplicado aos projetos de
fundamentos (os fundamentalismos entram em cena como atraentes aos Eus vagantes
pelo mundo): dentre muitas outras ideias abstratas que poderíamos pensar –
Freud, no mesmo texto, reflete sobre as igrejas e os exércitos – evidentemente
que podemos incluir os partidos políticos.
Uma
segunda curiosa afirmação presente citação é a de que na cegueira do amor que
estaria em jogo na idealização de um elevado Bem (amado) – tal Bem pode ser
“uma ideia abstrata”, não percamos isto de vista – os indivíduos poderiam ser
levados “até o diapasão do crime”. Novo paradoxo: aquela pessoa ou ideia
abstrata que significaria à um individuo a própria personificação ou síntese de
um desempenho cultural ótimo, perfeito, poderia conduzi-lo ao próprio reverso
deste afã: ao crime. Crimes em nome do Bem: a primeira coisa que isto me lembra
é o agueiro Dostoievsky que, ainda no final do século XIX, pressagiara algo de
uma realidade política póstuma ao lançar aos seus leitores o difícil dilema de
seu Raskolnikóv. Em seguida, lembro-me mesmo do que foi o próprio século XX,
tal como ilustra Hobsbawm.
Mas,
ao nos depararmos, agora no século XXI, com um grito de guerra que exclama “Sem
partidos!” nas ruas de São Paulo, penso que algo no discurso de Freud precise
ser atualizado (ou repensado em face às novas contingencias): se as pessoas
estão revoltadas contra tudo sem, em contra partida, tomar partido de nada, que
objeto (pessoa ou ideia abstrata) há agora, em nossa atualidade, para ser identificado (quero
dizer: investido libidinalmente nos processos de identificação)? Não
há objeto; e as manifestações em nossas ruas mostraram que já não há da forma
mais escancarada possível. Será possível começarmos a pensar e
fazer a política assim?
Não me é estranho
observar que nas sociedades dos nossos tempos (nas grandes metrópoles
brasileiras, por exemplo) - que, por pressuporem-se emancipadas de todos os
projetos morais de tempos passados (aqueles marcados pela disciplina e rigidez
dos padrões "civilizados" de conduta), se dizem tão cosmopolitas,
globalizadas e avançadas quanto à convivência e respeito às
diversidades – tenham pululado com incrível força os fundamentalismos
religiosos (igrejas evangélicas neopentecostais, Assembleias de Deus), os
arrastões racistas quase “inexplicáveis” dos Skinheads e dos ditos Neo-nazistas
em São Paulo (noticiados com frequência), as grosseiras tentativas de
patologização ou criminalização das diversas formas de minorias (os
homossexuais e os usuários de drogas, por exemplo). Esses grupos estão desesperadamente
unidos, ouso interpretar, por alguma força psíquica cuja uma das
características comuns é o perigoso - porém estruturante (sim,
parece este ser um dos únicos modos de estruturação possível em face à
fragilidade destas subjetividades, infelizmente) - fanatismo por algo (um
objeto, uma ideia) pareado à intolerância e às manifestações de ódio para com o
outro. Estas organizações – evidentemente que não posso referir-me à
generalidade delas, mas apenas àquelas que exageram (que não
são poucas, crescem) - não parecem ser compostas por sujeitos pouco vulneráveis
a idealizar objetos e, em nome de suas idealizações, chegar ou pelo menos
aproximar-se do diapasão do crime.
Com efeito, deixemos
no ar a seguinte difícil questão: seremos mesmo capazes de, de algum modo -
como temos gritado apartidariamente em nossas ruas -, afirmarmo-nos
politicamente na ausência de objetos? O que dizer sobre esta surpresa que
estamos vivenciando aqui no Brasil nesses últimos dias?
Elaborar algo
consistente ainda é difícil, pois estamos no pleno olho de um furacão; de um
furacão cuja genealogia só poderá ser feita, em sua descritividade, com um
mínimo de distanciamento histórico. Por enquanto, minha contribuição, contudo,
à nossa conjunta reflexão – esse apartidarismo generalizado me
aturdiu -, será finalizada com uma provocação que já foi escrita há sessenta e
dois anos atrás:
Qualquer filosofia da
não-significação – “Sem partido!”[4] – vive uma
contradição pelo próprio fato de se exprimir. Com isso, ela confere um mínimo de
coerência a incoerência, achando sentido naquilo que provavelmente não tem
nexo. Falar repara. A única atitude coerente baseada na não significação seria
o silêncio, se o silêncio, por sua vez, não tivesse o seu significado. A
absurdidade perfeita tenta ser muda. Se ela fala, é porque se compraz ou, como
veremos, porque se julga provisória. (...) “São meus inimigos”, diz Nietzsche,
“que desejam destruir, não criarem a si próprios”. (CAMUS, 2010 [1951], p. 19).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAMUS, A. (1951). L’homme
révolté. Paris: Éditions Gallimard, 2010.
FREUD, S. (1921). Psicologia de grupo e a análise do ego. In: Edição Standard Brasileira das Obras
Completas de Sigmund Freud, vol. XVIII. Rio de Janeiro:
Imago, 1976.
HOBSBANWM, E. J. Era dos
Extremos: o breve século XX. Ed. Companhia das letras. São Paulo, 2005.
MACHADO, R. Nietzsche e a
Verdade. Rio de Janeiro: Graal, 2002.
ps.: obrigado à Mayumi Fujishima pela fecunda conversa que contribuiu
para a produção deste ensaio.
[2] Tradução minha.
[3] Para facilitar a compreensão àqueles não
familiarizados com os conceitos freudianos: “ser altamente investido
libdinalmente dos ideais do eu dos mesmos” é igual a,
simplesmente, “ser altamente amado pelo mesmo”. Porém, neste caso, “amado” de
um modo específico. “Amado”, primeiramente, significa ser investido (desejado)
sexualmente mesmo. Porém, nos processos de identificação, “o objeto em si mesmo
é renunciado” (p. 137) do ponto de vista do investimento sexual. É renunciado
porque, nas identificações, ao invés de ser tomado como objeto sexual, este
objeto seria introjetado no próprio Eu.
Felipe, minhas contribuições aqui não serão a altura, a começar pelo meu repertório linguístico que não é rebuscado e vasto como o seu.
ResponderExcluirPois bem, antes de discorrer sobre o assunto quero compartilhar essa reportagem que diz ter a CNN como fonte: http://www.agenciadanoticia.com.br/noticias/opiniao/2342015/o-que-diz-a-cnn-sobre-os-protestos-no-brasil
Acredito que os organizadores do movimento tem um ideal, tomaram partido, sim. A diferença de manifestações passadas, hoje todos tem voz através da internet (FACEBOOK). Um grita por 20 centavos, outro contra a homofobia, outro contra belo monte, contra corrupção, etc, etc. Os motivos para se protestar são infinitos. Há uma aversão ao sistema como um todo. Como o sistema precisa de cara e de nome, vamos lá "abaixo PT, PSTU, PSDB, PMDB, PCdoB...", "sai Dilma, sai Renan...". A única certeza: Não é isso o que queremos mais!
"Fulano não me representa", isso começou nas redes sociais. Parece que cada um se basta, como se não precisasse de representantes. E nem ter um pai para se espelhar. Cansados do quanto nós, seres humanos, podemos ser corruptos. Incrédulos.
"Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola"
É, jogaram Mentos na geração coca-cola... E ele custou R$0,20.