sábado, 20 de novembro de 2010

Monstro

Eu penso em ti

No cheiro do café requentado

Nas noites ingratas

E em todos os momentos e coisas nostálgicas do dia-a-dia


Nem foste tão duradoura em meu pensamento

Nem foste tão marcante em minha vida

Mas foste tão conturbada quanto eu


Tão desajeitada em tuas coisas

Tão completa de palavras e argumentos


Nunca foste fisicamente atraente

E nem moralmente correta

Nunca foste um exemplo a ser seguido

E nem nenhuma dama social


É, o que me atraiu em ti

Sempre foi tua sinceridade abusada

Tua verdade estúpida

E a tua total falta de condescendência


Teus cabelos negro-rebelde

E o caimento que davam em teu pescoço

Eram realmente atrativos físicos


Teu corpo também

Mas tuas feições sempre foram duras demais

Para que fosses um exemplo de beleza.


Estupidez da natureza reinventada

Do contraditório gritante

Da tua pele congelada em sedução

E derretida em pecado


Configurando toda a perdição dos homens

Na tua infantil brincadeira de ser mais do que és

De ser o além de ti

De criar a paixão

E por fim

Arrancar sangue dos que cativas

Doce monstro, meu amor.

3 comentários:

  1. Paulinho, meu querido...
    Desculpe-me a expressão.

    Achei muito foda!

    "Configurando toda a perdição dos homens...Na tua infantil brincadeira de ser mais do que tu és...(De) Arrancar sangue dos que cativas..."

    Gostaria de ter mais vocabulário pra descrever o teu poema-navalha.

    Lindo demais!

    Paulo, tu és nosso Monstro.

    Parabéns.

    Ricardo Evandro.

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  2. Mulheres... tsc tsc tsc...todas são doces monstros, meu amor...

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