quinta-feira, 10 de junho de 2010

Noite na praça


Insinuei um verso, silêncio da noite

Teus olhos me fugiram em sinal de adeus

E o medo foi caindo, caindo

Deixando tocar os teus dedos

Na ponta dos meus


Alquimia de amor, é madrugada

O teu riso embalou o meu ar

O teu corpo se atirou ao esteio

Teu seio sorriu ao luar


Colori um verso, cheio de encanto

Arando o tempo e vendo nascer

A palavra que pintasse tua arte

Meu encanto no tempo a bater


Vem logo ser minha musa

Já pões pensamento e fogo a girar

No movimento desses mesmos cabelos

Que, de noite, te vi soltar


Já se arrancam vestígios de medo

Já vagueia meu não poder ser

De que adianta negar o desejo

Que nos teus olhos eu vejo nascer?

David Carneiro 10/06/10

2 comentários:

  1. Belíssimo meu ilustre
    Gostei "teu seio sorriu ao luar".Muito bom!
    Parabéns, belíssimo o poema, tanto no ritmo quanto nas metáforas.

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  2. "já vagueia meu não poder ser"...Ai, David, só tu mesmo pra escrever assim. Lindo poema!

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