Encostei meus ouvidos nas faces do rio.
Tocando o barulho das pedras que jogaste na noite
Tateei tua presença, imerso nas águas
Buscando, insano, teu beijo partido.
Por que me enganas com o vão desses teus olhos
E me cravas o peito com o não da tua boca?
Por que me cultivas em silêncio lento
Evaporando-te logo ao calor do medo?
Já não me inspira mais teu desespero
Não serás minha musa até o instante do beijo
Meu corpo insano já canta pela noite
Vem um sorriso conduzir-me à dança
Nau de pedra cortando o vento
Perfura, formula paisagem
A geometria do meu canto alado
Voa, levantando tua saia
Quero reter com as mãos teu canto etéreo
É no silêncio que te tenho lenta
Meu sussurro chega então aos teus ouvidos
Ficas inquieta. Ainda não começará a vida.
Ficas inquieta. Ainda não começará a vida.
David Carneiro 01-06-10
Bonita poesia meu ilustre
ResponderExcluirparabens!