terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Soneto da madrugada

Por que és, por que és o fogo e as horas
Minha medida, sem medida em mim
Porque aqui, não ali, são meus agora,
Os teus passos sem abraços e fim?

Qual gesto, tu me deixas, se tu choras
Fecha os olhos e as mãos e o meu ruim
O que morre, senão morre ou demora,
O que arranco antes mesmo de ser sim?

Pela noite, dormes onde desperto,
E fugindo eu chego, quando eu te ouço,
Da luz ao longe a ti já estou deserto...

Com a lua invado teu calabouço
E contigo eu deito se eu estiver perto,
Te trazendo estrelas pelo meu bolso.

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