Maria, mulher
Braços fortes e Zé
Chão de barro nos “pé”
Seguiu a correr
Pela catinga rachada
Com a trouxa e a enchada
Com Zé de mão dada
Procurando o bucho encher
Braços fortes e Zé
Chão de barro nos “pé”
Seguiu a correr
Pela catinga rachada
Com a trouxa e a enchada
Com Zé de mão dada
Procurando o bucho encher
Viu logo um bodinho
Era de seu novo vizinho
Um sertanejo bonzinho
Mas que não podia lhe acolher
Foi triste a cena
Ver o menino Lucena
Sob aquela tarde serena
Sem ter o que comer
Perguntaram ao porteiro
Se podia ver o fazendeiro
Por seu trabalho do dia inteiro
Dar um pãozinho pra nós repartir
Foi assim que ele disse
Que de imediato partisse
Ou a raiva de dona Alice
Em cima deles ia cair
Não sabiam ao certo
Se o futuro incerto
Lhes deixaria ver seus “neto”
Que dos filhos iam sair
Perguntaram pro moço
Se cortando cana teria almoço
Que não levasse a mal o seu desgosto
Mas seus filhos tinham que comer
Era sujeito valente
Com terra nos “dente”
E desde já tava ciente
Que muito trabalho ia ter
Não tinha medo de trabalho
Era grande e rebarbado
Sem ter medo do terçado
Muita cana ia colher
No fim da colheita
Uma grande desfeita
Seria mal feita
Pelo seu mal feitor
Fugiu com o dinheiro
Do canavial inteiro
Sem dividir com os “obreiro”
O que lhes pertencia por valor
Não é coisa que se faça
Foi por pura pirraça
Que aquela desgraça
Veio trabalho me oferecer
As “mão” agora cansada
Que cortar cana desgasta
Os calos dão mão farta
Que o sertanejo ia ter
Foi então que desesperada
Maria juntou logo a criançada
Pra ver se num ato de graça
O divino ia lhe prover
E Maria temendo
Pela vida do rebento
Pediu a São Bento
Um pão pra comer
Foi quando ele disse
Minha filha desiste
A seca é cruel
E não vai te atender.
Era de seu novo vizinho
Um sertanejo bonzinho
Mas que não podia lhe acolher
Foi triste a cena
Ver o menino Lucena
Sob aquela tarde serena
Sem ter o que comer
Perguntaram ao porteiro
Se podia ver o fazendeiro
Por seu trabalho do dia inteiro
Dar um pãozinho pra nós repartir
Foi assim que ele disse
Que de imediato partisse
Ou a raiva de dona Alice
Em cima deles ia cair
Não sabiam ao certo
Se o futuro incerto
Lhes deixaria ver seus “neto”
Que dos filhos iam sair
Perguntaram pro moço
Se cortando cana teria almoço
Que não levasse a mal o seu desgosto
Mas seus filhos tinham que comer
Era sujeito valente
Com terra nos “dente”
E desde já tava ciente
Que muito trabalho ia ter
Não tinha medo de trabalho
Era grande e rebarbado
Sem ter medo do terçado
Muita cana ia colher
No fim da colheita
Uma grande desfeita
Seria mal feita
Pelo seu mal feitor
Fugiu com o dinheiro
Do canavial inteiro
Sem dividir com os “obreiro”
O que lhes pertencia por valor
Não é coisa que se faça
Foi por pura pirraça
Que aquela desgraça
Veio trabalho me oferecer
As “mão” agora cansada
Que cortar cana desgasta
Os calos dão mão farta
Que o sertanejo ia ter
Foi então que desesperada
Maria juntou logo a criançada
Pra ver se num ato de graça
O divino ia lhe prover
E Maria temendo
Pela vida do rebento
Pediu a São Bento
Um pão pra comer
Foi quando ele disse
Minha filha desiste
A seca é cruel
E não vai te atender.
Paulo muito boa a sua iniciativa de fazer um poema no estilo do sertanejo nordestino.O poema como um todo está bom, a idéia está bem clara, a história esta coerente e bem desenvolvida, além da critica social de fundo que é muito boa.Entretanto acredito que se você tivesse escolhida por uma métrica , ritmo e rima regulares, ou no mínimo esses dois(semelhante a literatura de cordel ver:http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_de_cordel) o poema ficaria melhor haja vista que se vc reparar na sua poesia ela tem uma musicalidade e um ritmo de fundo que ao meu ver em vários trechos "se quebram" sem necessidade.Por exemplo, no trecho "procurando o bucho encher", houve uma quebra de ritmo em relação aos versos anteriores pois antes tinham a silaba tônica no 4ª sílaba e na 7ª, e nesse verso a silaba tônica está no 3º e 5º.(Ressalva que exatamente no verso anterior a silaba tônica está no quarto e no quinto, pois este mesmo verso é redondilha menor e não redondilhar maior.
ResponderExcluirabraços
Paulo,
ResponderExcluirMuito bom!!
Adorei!!
Lindo poema!!
O Nordeste ainda sofre com a sua história, que também é nossa...
Gostei muito das rimas!
Parabéns!
Não comentei antes por falta de conhecimento. Mas o Ernesto falou basicamente o que eu pensei de modo muito melhor do que eu falaria. Concordo inteiramente.
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