O escuro forçado do meu quarto
Não me impede de pensar
Na grandiosidade do teu egoísmo gracioso
Dos teus cabelos pretos
Que apaixonam os olhos
E beijam os ventos
É, são teus olhos molhados
Que me borram a razão
Paralisando a vida dos demais
Transformando tudo em pura reverência
Eu confesso
Que tua razão exacerbada me fascina
Que o rugido do teu coração
Desfia poesias
Rompendo as fronteiras
Entre as palavras e o papel
Entre o rude e o sincero
O meu amor por ti
Fica longe de ser algo cotidiano
Ele grita, vibra, rompe, estremece
E ao mesmo tempo
É o silêncio ensurdecedor e agudo
Que decapita o nada
Dando vida transcendente ao absoluto
Na verdade
Tu és o absoluto
O absoluto estado de emoção
O ser humano mais livre
Que já tramou por esse mundo
Despojado de pudores
De jaulas
De grades
Livre para ser imundo
Puro
Vivo
És a figura da liberdade
O ícone da graça
Marcada por teus símbolos
E derramando todo o mistério que se pode conceber.
Paulinho Tamer, 12 de janeiro de 2011
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