quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Ego

O escuro forçado do meu quarto

Não me impede de pensar

Na grandiosidade do teu egoísmo gracioso

Dos teus cabelos pretos

Que apaixonam os olhos

E beijam os ventos


É, são teus olhos molhados

Que me borram a razão

Paralisando a vida dos demais

Transformando tudo em pura reverência


Eu confesso

Que tua razão exacerbada me fascina

Que o rugido do teu coração

Desfia poesias

Rompendo as fronteiras

Entre as palavras e o papel

Entre o rude e o sincero


O meu amor por ti

Fica longe de ser algo cotidiano

Ele grita, vibra, rompe, estremece

E ao mesmo tempo

É o silêncio ensurdecedor e agudo

Que decapita o nada

Dando vida transcendente ao absoluto


Na verdade

Tu és o absoluto

O absoluto estado de emoção

O ser humano mais livre

Que já tramou por esse mundo

Despojado de pudores

De jaulas

De grades

Livre para ser imundo

Puro

Vivo


És a figura da liberdade

O ícone da graça

Marcada por teus símbolos

E derramando todo o mistério que se pode conceber.

Paulinho Tamer, 12 de janeiro de 2011

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