sábado, 1 de janeiro de 2011

Poesia para Ricardo

Meu grande amigo,

Te vejo envolto nas mais profundas inspirações

Coroado da maior boa vontade

Em alcançar-te em poesia

Em compor-te em versos


Mais do que isso

Vejo-te em pleno esforço

De permitir aos outros que a alcancem também


Ricardo,

És um amigo admirável

Digno destinatário dos mais belos versos de um poeta pouco capaz

Não te acanhes ou baixes tua cabeça

Diante das formas inescrupulosas e medíocres

Que a vida ou a poesia possam querer te impor


Poesia, meu amigo,

É a ciência da liberdade

Aquilo que por observação e experimentação

Pode ser provado que nada precisa de provas

Que nada precisa de observações

Que tudo

Que o tudo

Só precisa de sensorialismo

Sem forma

Sem quê

Nem porquê


Traço minhas letras em teu destino

Para que alcancem o teu íntimo

E revelem-te o que quero te dizer


Não existe melhor nem pior poeta

Existem apenas homens encarcerados no medo

E outros livres

Mas livres para dar à sua vida

A mesma forma que dão à sua poesia

A forma do vento

Forma nenhuma

Apenas uma brisa sutil de verdade e liberdade.

3 comentários:

  1. Paulinho, meu irmão,

    Muito obrigado pela poesia.
    Me dás força neste meu processo de abolição...
    Todos os dias tento ser Livre num lugar aonde nunca se pode ser escravizado....mas que, por tanto tempo de insegurança e medo, sinto as marcas da Senhora Desaprovação.

    Não sei se concordas, mas tento ser Monstro como tu és...

    Não tenho "alta literatura",
    só tenho o que está abaixo dos meus pés...

    Grande Abraço.
    Muito obrigado, meu irmão.

    Ricardo Evandro (Escravo de mim mesmo).

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  2. A alta literatura nunca poderá ser mais do que o que está abaixo dos nossos pés, meu amigo.
    És escravo da forma que te tentam impor, mas de longe és um dos mais talentosos colaboradores daqui sem saber que és.
    Ricardo, a única coisa que pode ser desaprovada é a atitude de se deixar a verdade de lado em prol da beleza. O belo e o feio devem ser conceitos abolidos daquilo que consideramos arte, e quem o disse não fui eu e sim Beethoven.
    A poesia meu amigo é um movimento de dentro para fora e não o contrário.

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