Museu de Arte Moderna, Londres
A arte é por necessidade comunicativa, a diferença está no que se comunica, se se trata de algo de valor universal, não importa o estilo que se valha , sendo esta característica mais acentuada na Arte Sagrada, tendo como cume o período medieval, especialmente universal, pois tem um valor fortemente doutrinal, por exemplo, não se pode pintar o Nosso Senhor Jesus Cristo puramente humano, assim como Nossa Senhora como uma mulher qualquer, será arte, se não, não; se a comunicação é limitada, desde o início, à individualidade do sujeito criador, sendo bondoso, tal como esta imensa porcaria acima, não é arte. Simples assim.
Pode acontecer, como Luiz Gonzaga expõe na primeira aula do curso de arte sacra, que vos recomendo, de fronte para um objeto artisticamente autêntico, não venhamos a reconhecer o valor objetivo dele, sua universalidade, portanto, todo o gosto artístico é influenciado pela educação recebida, tomando o exemplo mais específico da música, quando o tutor de Hans Cartop da Montanha Mágica disse-lhe que para se compreender a música clássica dever-se-ia ter lido muitos livros, ou, tomando o exemplo da literatura, do mesmo teor, tal como disse Jorge Luis Borges que para se entender um único romance necessitar-se-ia ter lido outros inúmeros romances, logo, não é porque eu inicialmente não o compreendo, que, por isso mesmo, não possui valor algum, tal vem acontecendo simplesmente por uma ignorância do sujeito, julga-se precipitadamente, o que tem validade, por princípio, é a preguiça e o desleixo.
Universalidade e objetividade é o que acontece com o Fausto de Goethe, dentre outros fatores, pois temos uma distinção entre o artista e o objeto criado, tal como o pai se distingui do filho, mesmo sendo a nós possível reconhecer certas características comuns entre os dois, nunca o objeto gerado se confunde de todo com o criador, isto permiti uma objetividade valorativa à obra, sua raridade e universalidade; também é o mesmo caso, da possibilidade de compreensão universal da “Fantasia on Polish Airs” de Chopin, na qual, não se perde o valor apesar de o tema ser de musicalidade polonesa, o valor dela está para além desse fato, não é porque é romântica que não possuí universalidade. De outro modo, não é o caso quando temos obras puramente subjetivas, mera expressão da individualidade do sujeito criador, igualando, por um defeito da natureza, todas as características do pai com a do filho e vice-versa, num todo coeso e bem definido, sendo a criatura a mesmíssima coisa que o criador, em essência; não havendo, nesse caso, distinção alguma entre o ato de o artista ir ao banheiro ou criar qualquer objeto artístico. Nessa arte subjetiva, na maioria das vezes, a arte é definida pelo preço que ela tem no mercado, se vale muito, é prodigiosa, sublime, sendo o ambiente de ignorantes é comum tomar o acidental como essencial, vale tanto o meu peido quanto a sétima de Beethoven, quer dizer, se a excrescência tiver um valor mais alto, se um especialista, não sei como, conseguir sentir cheirosos perfumes, ponto para ela, é mais arte.
A arte verdadeira, o fio de Ariadne da onde se parte para julgar todas as outras, é a ameaça existente para os maluquinhos contemporâneos, e, por isso mesmo, perigosa, sendo a eles muito mais vantajoso julgá-la inferior, ultrapassada, ao invés de tomar a responsabilidade no peito e buscar o algo a mais que é a característica da arte que vive mais séculos.
Pode acontecer, como Luiz Gonzaga expõe na primeira aula do curso de arte sacra, que vos recomendo, de fronte para um objeto artisticamente autêntico, não venhamos a reconhecer o valor objetivo dele, sua universalidade, portanto, todo o gosto artístico é influenciado pela educação recebida, tomando o exemplo mais específico da música, quando o tutor de Hans Cartop da Montanha Mágica disse-lhe que para se compreender a música clássica dever-se-ia ter lido muitos livros, ou, tomando o exemplo da literatura, do mesmo teor, tal como disse Jorge Luis Borges que para se entender um único romance necessitar-se-ia ter lido outros inúmeros romances, logo, não é porque eu inicialmente não o compreendo, que, por isso mesmo, não possui valor algum, tal vem acontecendo simplesmente por uma ignorância do sujeito, julga-se precipitadamente, o que tem validade, por princípio, é a preguiça e o desleixo.
Universalidade e objetividade é o que acontece com o Fausto de Goethe, dentre outros fatores, pois temos uma distinção entre o artista e o objeto criado, tal como o pai se distingui do filho, mesmo sendo a nós possível reconhecer certas características comuns entre os dois, nunca o objeto gerado se confunde de todo com o criador, isto permiti uma objetividade valorativa à obra, sua raridade e universalidade; também é o mesmo caso, da possibilidade de compreensão universal da “Fantasia on Polish Airs” de Chopin, na qual, não se perde o valor apesar de o tema ser de musicalidade polonesa, o valor dela está para além desse fato, não é porque é romântica que não possuí universalidade. De outro modo, não é o caso quando temos obras puramente subjetivas, mera expressão da individualidade do sujeito criador, igualando, por um defeito da natureza, todas as características do pai com a do filho e vice-versa, num todo coeso e bem definido, sendo a criatura a mesmíssima coisa que o criador, em essência; não havendo, nesse caso, distinção alguma entre o ato de o artista ir ao banheiro ou criar qualquer objeto artístico. Nessa arte subjetiva, na maioria das vezes, a arte é definida pelo preço que ela tem no mercado, se vale muito, é prodigiosa, sublime, sendo o ambiente de ignorantes é comum tomar o acidental como essencial, vale tanto o meu peido quanto a sétima de Beethoven, quer dizer, se a excrescência tiver um valor mais alto, se um especialista, não sei como, conseguir sentir cheirosos perfumes, ponto para ela, é mais arte.
A arte verdadeira, o fio de Ariadne da onde se parte para julgar todas as outras, é a ameaça existente para os maluquinhos contemporâneos, e, por isso mesmo, perigosa, sendo a eles muito mais vantajoso julgá-la inferior, ultrapassada, ao invés de tomar a responsabilidade no peito e buscar o algo a mais que é a característica da arte que vive mais séculos.
Sublimidade da caixa de leite, Museu de Arte Moderna,Londres
Pedro, eu concordo com toda a tua observação acerca do tema, apesar de não poder expressá-la tão bem quanto fizeste. A arte em si apesar de ter uma premissa subjetiva, sua conclusão, sem sombra de dúvidas deve ser objetiva e transcendente.
ResponderExcluirO tema em questão é de suma importância e te digo que tem sido discutido em meio artísticos sérios como de vital importância para a sobrevivência do que se entende por arte nos dias vindouros.
Apesar de um pouco diferente do que se tenta tratar no texto que nos deste, te recomendo que leia a obra do artista brasileiro Hélio Oiticica acerca do que ele entende por arte contemporânea e como ele postula acerca da quebra de barreiras entre arte e vida.
Parabéns mais uma vez.